Aquele tempo presente incômodo fez ele imaginar a possibilidade de se ter uma máquina do tempo. Diante dela, uma questão: voltar ao passado ou se adiantar para o futuro? Enquanto uns, prontamente, apontam para o passado em busca dos dias felizes de uma infância, outros permanecem em dúvida. Alguém confessa que não se casaria, ou melhor casaria com outra pessoa e mudaria o rumo de muitas coisas. Enquanto suas ideias fervilhavam, ele parecia aos poucos acordar do que ele ainda não tinha definido claramente se era um sonho ou um pesadelo. No prato, o colorido da salada, o peixe rosado e o arroz de vários ingredientes contrastavam com o prato da frente que possuía poucas cores. O antagonismo entre os pratos aos poucos foi lhe trazendo certa consciência. E isso fez com que escolhesse ir para o futuro arriscando o caminhar de 30 anos. A revelação ecoou num tom de surpresa. Mas talvez ele estivesse querendo justamente olhar para trás e ter a sensação de certeza que até então lhe parecia ausente. Aos poucos o colorido do prato saciava a sua quase fome. Sem mais vontade ele deixava a salada e o arroz espalhado no prato. Enquanto ouvia alguém lhe dizer que faltava-lhe fé. Fé. Sem maiores chances de estar no topo do campeonato e também por não ser candidato ao rebaixamento ele segue bem ali junto aos times do meio. Enquanto isso alguém constata que ele parecia estar como antes. Contudo, olhando o passado e diante do presente ele, ainda assim, prefere o futuro. A preferência talvez destrua a tese daqueles que acham que lhe falta fé. Ele está apenas cansado... mas não desiste porque ele sabe que o campeonato precisa dos times do meio. Por enquanto ele continua ouvindo os versos em tom de prece "quando o segundo sol chegar..."
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